quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Contagem Regressiva

Inicia-se hoje a contagem regressiva para o meu aniversário. Em regra, sequer lembro que é meu aniversário . Não sou uma pessoa comemorativa, o que significa que muitas vezes meu aniversário passa em branco. Aniversário é uma data como outra qualquer. Tudo bem que quando eu nasci o mundo ficou mais bonito, mas não justifica comemorar todo ano. Esse ano, porém, é diferente.

Em 5 de setembro de 2010, completarei 30 invernos. Não serão 30 primaveras, pois aqui no Brasil, a primavera só começa em 22 de setembro. Aliás, pensando nisso é bem possível que sejam 30 primaveras pois como já morei no hemisfério norte, onde a primavera começa em 22 de abril, posso ter uma ou duas primaveras acumuladas no currículo. Enfim, invernos ou primaveras (faz diferença?), fato é que daqui 30 dias completarei 3 decádas, 30 anos. 

Quando tinha 18 (céus, faz tempo!) anos achava que aos 30 minha vida seria um misto de tarefas: filhos, trabalho, marido, casa, família, celulites, estrias, rugas e flacidez! Achava que já estaria velha e cansada, casada e sem pique. Nunca imaginei que aos 30 estaria solteira, sarada, gostosa e sub-empregada. 

Ok, sarada já é exagero, mas sou gostosa sim! Tá, tenho uma barriguinha (adquirida este ano), uns cabelos brancos (desde 28, mas disfarçados com luzes loiras), uma gordurinha debaixo do bumbum (que eu tenho faz um tempo já e hoje não me incomoda nadica de nada), mas no geral meu corpo está bem legal. Malho pouco, como um penca de besteira (adoro um Mc Donald's, uma lasanha,  uma queijadinha, um pão doce, um queijinho, um salgadinho, uma empada, uma fritura, uma cocada, um quindim, enfim tudo que é deliciosamente engordativo e celulital), não me cuido como deveria (creme, só de leite, no estrogofe) então considero o saldo mega super hiper ultra giga positivo: 30 com carinha de 25 e corpinho de 25. 

Solteira. Apesar de estar namorando há 2 anos, estou solteira e devo permanecer assim por mais tempo. Não quero falar sobre isso. Eu e relacionamentos amorosos não combinamos muito  ( e, eu, sinceramente, espero que dessa vez seja diferente e se não for fazer o que? - passa) e falar sobre eles  (os que passaram) aqui seria uma grande perda de tempo. Curto o presente (que está bem bom), afinal quem gosta de passado é museu (e minha querida vovó).

Sub-empregada. Eu não ganho mal. Sou formada em Direito com carteira da OAB, pós graduada, inglês fluente. Estou no lugar errado, não trabalho como advogada. Uma coisa é certa, aqui ganho mais que muito advogado por ai. Só que verdade verdadeira, talvez seria melhor advogar. Só que não consigo emprego, em lugar nenhum, nem em escritório merda (não tenho experiência... poxa, se ninguém me der chance vou continuar sem ter...). Por quê? Não sei, se você souber, por favor, me diga. E, se tiver uma indicação, para uma vaga de advogada, pode me procurar. 

Assim, não tenho casa própria, não tenho marido, não tenho filhos pra buscar na escola, não tenho que fazer comida, não tenho contas pra pagar (a não ser meu cartão de crédito, meu telefone e meu curso aos sábados), moro com papai e mamãe (na verdade na casa de papai e mamãe, porquê eles me abandonaram aqui pra morar na Venezuela), e acho que tá bom assim (parece estar, então pra que mudar?). 

Tá, eu queria estar casadinha, ter um filhote pra cuidar, uma casinha pra decorar, um maridinho pra mimar... Só que eu não tenho, não posso ter agora e então o que fazer? Lamentar? Uma coisa eu aprendi, lamentação não leva à nada. Estou tentando estudar pra concurso (estabilidade, bom salário, plano de saúde, auxílio pobreza e o pacote todo) e já tenho um planejamento e isso já é muita coisa. Adotei a teoria do baiano e estou indo devagar e sempre: todo fim de semana aprendo uma coisa nova e me sinto cada dia mais preparada, sabendo um pouquinho mais e mais confiante. Sei que vai levar um tempinho pra aprovação no concurso chegar, mas pra quem já chegou até aqui sem reclamar, agora é pinto!

Eu ainda tenho muito que crescer. Confesso que demorei um tempo pra aceitar que era adulta  (síndrome do Peter Pan? Huuuum, acho que em parte) e ainda tem alguns aspetos, principalmente emocionais (nossa eu sou um carrosel de emoções, hahahaha), que precisam ser radicalmente modificados (pra ontem!). Sou mesmo mimadinha (se meu namorado ler isso ele vai chorar de felicidade), quero tudo do meu jeito (ria, namorado, ria) na hora que eu quero (ainda bem que você sabe). A vida não é assim, tudo acontece na hora que tem que acontecer e nem sempre as pessoas podem nos dar aquilo que queremos. Mas, o mais importante, e que eu ainda preciso aprender é a viver sozinha. Não falo em viver sozinha, sem ninguém, mas a não depender de outra pessoa pra ser feliz ou fazer alguma coisa. Tenho exercitado isso ( de ser mais independente) e já fui até ao cinema sozinha e foi uma experiência bem legal. Resumindo, eu preciso ser emocionalmente independente. Isso me ajudará e muito em vários aspectos. Freud, ajuda? Please!

Tô meio cansada de escrever, então paro por aqui. Quem tiver dicas de auto-ajuda, espirituais, psicológicas, socio-afetivas, morais, ou de cunho ajudacional e quiser cooperar no amadurecimento da pessoa aqui: sinta-se a vontade (essa é outra coisa que eu aprendi: pedir ajuda não é feio).

Ah, só não vale me dizer o que eu já sei e você também porquê eu passei mais de meia hora contando aqui, tá?

Então, contando comigo: 30, 29, 28, 27...

30 dias para 30 anos!

Um comentário:

Ju disse...

É amiga, os trinta estão chegando. Eu quando tinha dezoito achava que a vida seguia um curso natural das coisas...

Bastava estudar, que eu entrava na faculdade.
Bastava estar na faculdade, para achar o emprego dos sonhos.
Bastava achar o emprego para ser ultra mega bem remunerada.
Bastava eu ter uma namorado, que eu casaria.
Bastava casar, que eu teria uma casa com 200m2 e por aí vai.

Mas a gente amadurece e aprende que a vida não é assim - causa e consequência. E que se queremos conquistar algo, devemos ir atrás.

Uma amiga me falou no inicio de 2007 uma coisa que era bem verdade... enquanto ela sempre foi independente, eu fui dependente. E justamente naquele ano, ela tinha que aprender a dividir, a ser dependente do namorado e atual marido. E eu q sempre namorei,precisava aprender a ser independente.

O primeiro passo é ter a consciência, a vontade mudar, e isso você tem. E como aposto em vc e muito, tenho certeza que por mais demorado que o curso seja, vc sairá vitoriosa no final. Não só em relação ao futuro profissional, mas também nos outros aspectos da vida.

beijinhos, ju