quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sobre a mãe que eu sou

Daí que de repente todas as mães resolveram colocar a boca no trombone. Ou será que sempre o fizeram e eu só percebi agora pois nesse momento estou imersa nesse mundo, digamos, materno?

Eu sempre sonhei em ser mãe, vim com o relógio biológico ligado no modo ser mãe. Mas, confesso, nunca pensei no que isso envolvia. Nunca pensei que minha vida mudaria, nunca me planejei para isso.Ai eu engravidei, não estava casada, nem pensava nisso e fiquei muito feliz com a notícia pois ia ser mãe. E, de novo, não pensei no que isso significava. O então pai da Luiza, virou marido e a gente curtiu muito a gravidez e se preparou como possível para a chegada do bebê. 

Ela nasceu: linda, cheia de vida e sáude; e chorona, e com cólicas e trabalhosa - pronto, aquela idéia do bebê fofo, cheirosinho, nhé nhé morreu. Independentemente disso, eu abracei a maternidade com tudo e fui fazendo aquilo que eu achava certo. 

Sempre quis ser a MELHOR MÃE DO MUNDO. Só que quando a Luiza nasceu e o chororó começou eu me perguntei: Angélica, que caralho é esse de ser a melhor mãe do mundo? Eu tinha aquela idéia, da criança embalada nos tecidos mais suaves, com as roupas mais cheirosas e engomadas, com tudo limpinho, esterelizado e livre de bactérias. A-ham! Senta lá, Cláudia!

Durante o primeiro mês, ferviamos, marido e eu, a água do banho da Luiza. Durante o segundo mês, ferviamos, marido e eu, todas as chupetas da Luiza. Durante o terceiro mês, idem. No quarto mês, ah vá pra casa do cacete essa porra de ferver chupeta, lava com água e sabão. No quinto: caiu pra cima? volta pra boca. Entre outras coisas... 

Luiza começou a comer papinhas e eu colhi um acervo incrível de papinhas gourmet para a Luiza, queria fazer todas, experimentar com ingredientes fresquinhos, colhidos da horta mais confiável e até mesmo pensei em criar uma em casa para que ela tivesse ingredientes sem agrotóxicos; queria tudo orgânico! Mas ai a realidade é que vivemos num país atrasado em que orgânicos além de difíceis de encontrar são muito caros e com o preço de uma batatinha orgânica dá pra levar o hortifruti cheio de agrotóxicos. E de novo, a idéia foi pro cacete e Luiza come suas batatinhas, cenouras, abóboras e espinafre normais mesmo e vamos que vamos!

Luiza começou a ficar no chão e eu na neura de que ninguém podia pisar no tapetinho dela. Só que os outros não pensam como você. Você se preocupa em não respirar na cara da criança e vem uma criança catarrenta e quase come a cara do seu filho. As pessoas pisam no tapetinho, tocam na mão da criança sem lavar as mãos e o que você pode fazer??? Dar chilique e reclamar ou rezar pra que tudo dê certo e que a teoria de que isso é anticorpo tá certa? Até os cinco meses, eu reclamei. Depois, relaxei pois quando o bebê vai pro chão as coisas meio que fogem do controle e se eu for reclamar vou viver reclamando.

Eu tinha uma neura em deixar a Luiza chorar, não queria que ela chorasse nunca. Ai minha mãe e a primeira pediatra (sim, ela já passou por três) disseram que chorar é importante para o desenvolvimento do pulmão e da fala. Mas, quanto é "bom" deixar chorar?? Eu não deixava, passava dois minutos e tava eu ali com ela no colo de novo... Ai me criticavam porque ela ia ficar mimada, dengosa, manhosa e patati patata... E, por outro lado, reclamavam que eu deixava chorar... Vá pra casa do caralho define. Hoje, eu aprendi a dosar: sei quando é manha e quando a coisa é séria e não ligo pros olhares feios de reprovação quando deixo ela choramingar!

A questão é: o que é ser a melhor mãe do mundo?? Como é ser a melhor mãe do mundo?? Decidi, a partir dai, que serei a mãe que eu sou: a melhor para mim (sim, isso é importante) e para a minha filha.

"Faça o que dita o seu coração. Seu instinto de mãe é muito mais importante que mil teorias juntas. As teorias podem cair em desuso por ficarem fora de moda ou por serem equivocadas. O instinto materno é o mesmo a centenas de anos. Ninguém no mundo pode ser, para seu filho, melhor mãe do que você" - Dr. Zalman Bronfman


2 comentários:

Danee disse...

Adorei o post e concordo plenamente com vocÊ.

beijocas

Flávia disse...

Continuo me identificando... bjsss.